junho 14, 2010

A Cantina

Nesses tempos de mercados globais
Onde balançam bolsas (de valores)
Ou de tolas madames (temporais);
O gelo é (de-gelo) e entre horrores

Tantos eu que nunca tive eira,
Fito a manequim no traje de organdi
Imóvel e silente com um sorriso de caveira
Na cara. Serei eu um projeto de dândi?

Penso eu: ao ponto de meter-me a cacique
Aristocrata ou qualquer tolo que imagina
Ser o mundo de diversões, um parque

Onde todos falam como numa cantina?
Que o diga o Protocolo de Kyoto e explique
Porque o mundo está na mira de uma carabina.

Élcio

4 comentários:

  1. Moi certo iso que dís
    todos falan pero poucos
    actúan.Que pouco se lle
    quere a este noso mundo.

    Biquiños

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  2. Uau!
    Aplausos..
    poema cortante,
    como essa nossa
    dura realidade,

    voltarei.
    Ester

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  3. Bom mesmo!
    Remete a um tempo em que poetas se comprometiam com outras coisas, além de suas contas bancárias e demais veleidades.
    Um tempo em que arte e barbárie eram antagonismos inconciliáveis.
    abs.

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  4. Que nos salvem os críticos poetas que conseguem tirar seiva de uma realidade que seria muito mais dura se não a enxergássemos sob aspectos múltiplos.grande abraço.

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