setembro 26, 2009

Achocolatado morno

Já te disse hoje que é o meu amor?
Talvez não, apesar de haver inúmeras
Maneiras, algumas com bom humor;
Outras meio despojadas (...) quimeras.

Pode ser dito com a mesa preparada
Para o seu café; o seu achocolatado
Morno e disposto ao lado da torrada.
E olha que hoje nem é sábado!

Notou que hoje o despertador
Não gritou feito louco ao seu ouvido
Como se fosse um insano ditador?

Notou que nessa manhã nada foi olvido?
Mas, se nada disso bastar ao seu redor
Para entender que te amo: Troco de cupido.

Élcio

setembro 18, 2009

Bendito tempo maldito

Crê amigo: Do berço ao túmulo
A distância é assaz pequena.
Repare como a vida passa. É um pulo!
Vai ligeira e indiferente; nem acena.

Tempo que nos mostra o melhor da vida,
E em seguida, começa a nos devorar
Sem pressa, dia a dia e nessa corrida
É fatal; perderemos e nem adianta arvorar.

Cínico que é (o tempo) nos quer enfadonhos
E a cada alegria, uma semente de saudade
Há de rasgar e maltratar o campo dos sonhos

Que cultuamos como eternos na juventude.
As juntas duras, rangerão feito assoalhos
E o que deveria ser duro mudou de atitude.

Élcio

setembro 13, 2009

A peleja entre Cleóbulo X Capeta

Aquele fora apenas mais um jogo de cartas
Dentre os incontáveis entre o demônio
E o jagunço Cleóbulo. O cem-patas,
Pois, no risca-faca dava coice de Antonio

A Zarualdo. Naquele dia, seu jogo estava amarrado.
Só mão ruim atrás de mão ruim. Nenhum jogo prestava.
Cleóbulo quis ter sorte melhor. Estava injuriado.
Ateu, até negociaria a alma com o demo ali. Ele pensava.

Isso bastou. As cartas vieram ótimas. Mel na chupeta.
Feliz, Cleóbulo pensou: A má sorte se foi, passou.
A ficha só foi cair, quando ele reparou no sorriso do capeta.

O frio subiu por sua espinhela. Sentiu-se claudicante
E naquele domingo Cleóbulo foi à missa e até se confessou.
Hoje Cleóbulo continua ateu, mas, agora não praticante.

Élcio

setembro 04, 2009

O amor platônico do porquinho Prático

Lilian era da escola, a diretora
Tinha um olhar duro, inquiridor,
Além da fama de disciplinadora.
Mas, um dia, do outro lado do muro

Alguém de nome “Prático” a observava
Escondido nas sombras de uma ruína.
Prático por Lilian apaixonado estava.
Contudo, Lilian gripara e temia a gripe suína.

Mas, Prático que via em Lilian uma santa,
Infelizmente chegara na hora mais errada...
E aí, numa noite de descuido virou janta

Do lobo mau, que por ali fazia caminhada
A fim de manter sua forma física pronta,
Já que tinha colesterol em taxa elevada.

Élcio