dezembro 25, 2010

Paulicéia, minha paixão!

Ao mesmo tempo em que ela é sensual
É maldita, fria e a todos faz impressionar.
Conquista com seu olhar casual
Para depois, sem cerimônias, aprisionar.

Alguns ao encará-la, encantam-se
E nunca mais dali sairão; qual pedras.
Já há aqueles que ao imaginá-la benzem-se,
Outros a esconjuram, outros lêem Esdras

E dela fogem como se vissem um cascavel
Cortam caminho. Algo que por certo Medusa invejaria.
Ambígua, ela é dura, mas, ao mesmo tempo afável.

Foi e ainda o é vilipendiada por homens sem compaixão
Mas, sobrevive, pois tem raízes sacrossantas fincadas
No pátio do colégio de São Bento. Paulicéia, minha paixão.

Élcio

dezembro 18, 2010

A Cantina

Nesses tempos de mercados globais
Onde balançam bolsas (de valores)
Ou de tolas madames (temporais);
O gelo é (de-gelo) e entre horrores

Tantos eu que nunca tive eira,
Fito a manequim no traje de organdi
Imóvel e silente com um sorriso de caveira
Na cara. Serei eu um projeto de dândi?

Penso eu: ao ponto de meter-me a cacique
Aristocrata ou qualquer tolo que imagina
Ser o mundo de diversões, um parque

Onde todos falam como numa cantina?
Que o diga o Protocolo de Kyoto e explique
Porque o mundo está na mira de uma carabina.

Élcio

dezembro 09, 2010

Sertão do Demonho!

Eu cuspi na terra rachada
Do sertão que nem molhar
Molhou; não vingou molhada.
Terra dura pra ser vivente; pra olhar.

Diabo do meio do redemoinho
Saltou e dançou, dançou aluziu.
Cuspiu na minha cara. Demonho...
Cravejo-te de bala na ponta do fuzil!

Sertão é vida e morte sertão. Melindroso!
Ou ele ajuda ou é traiçoeiro predador.
Há que ter valentia ante o desastroso;

Esquecer que vida tem. Vale nada!
“O passado é ossos em redor
De ninho de coruja.” É navalhada.

Élcio