julho 23, 2009

Revista de mulher pelada

Já folheei a Bíblia, e não entendi nada;
Bom mesmo é quando o corpo entende,
Aí, o bom são as revistas de mulher pelada!
O cérebro ferve e o corpo todo se acende.

Eram assim os devaneios de adolescente!
Hoje nem Bíblias, muito menos aquelas revistas:
À época, disputadas no tapa, no dente por dente.
Sem falar que ainda tínhamos que tirar das vistas

Dos pais e de todas as pessoas de mais idade.
Assim, sob o colchão parecia ideal. Sentíamo-nos
Os caras, os espertos. Deus, quanta ingenuidade!

Nossas mães sabiam de tudo; tudo! Mas não nos
Revelavam a descoberta. Havia uma cumplicidade;
Dividida com os maridos: à noite, debaixo dos panos.

Élcio

julho 17, 2009

Vida

Noutro dia eu vi a cara da morte.
De sorrisos crispais e mal humorada
Trazia na jugular grande e belo corte,
Além de uma barriga há muito inchada.

Era a carniça de algum pobre coitado.
Sem extrema unção, nem mais um flerte;
A não ser a lua que agora (ensimesmado)
Sua cara fitava sem piscar; quase inerte,

Não fosse o bailar das águas imundas,
Que dissolviam-lhe a carne, entre varejeiras
Excitadas, famintas ... e mudas,

Elas limpar-lhe-iam até os ossos, em fileiras
Paralelas. Pelo fedor sempre seriam guiadas.
No compasso rítmico das ondas: sem carreiras.

Élcio

julho 14, 2009

Esse seu olhar

Esse seu olhar lascivo
que perscruta a noite
de meus pensamentos,
acorrentou minha alma
aos porões mais gélidos,
e fez-me prisioneiro
de tua sedução.


Élcio

julho 08, 2009

Beijo Partido

Um sonho,
Um espelho e
Teu espectro.

A emoção,
O toque,
O gozo.

O despertar,
A desilusão,
A lágrima.

No espelho
Agora quebrado,
O batom e
O “beijo partido”.

Élcio