março 29, 2011

Por enquanto... Fechada para balanço!

Ela resolveu fechar para balanço
E mergulhou fundo em seu eu
Uma vez que vivia todo o ranço
Daquela decepção. Vivia o breu.

Não estava fácil lidar com aquela
Situação. Doía qual ter um espinho
Na carne onde a dor se fizera sentinela.
Agora ao cair da noite há um burburinho

A tirar o sono dessa mulher finíssima.
Louçã! Verdadeira filha de Iansã em atos,
Palavras e uma alma que transborda carisma.

Sentimento moído, feito bagaço.
Triturado que fora nas mós da mentira!
Por enquanto... Fechada para balanço.

Élcio

março 23, 2011

Amor Herói

Decididamente eu quero.
Ah e, como quero!
Viver um amor bandido.
Longe de ser empedernido

Isso não, porém, que seja
Antes de tudo, despojado e veja,
Em meu amor, o seu herói.
Que encara as mazelas e as destrói

Como destrói a mundos interplanetários,
Que salta sofás, almofadas e armários
Com seu tigre Haroldo a tira-colo.

Amor bandido enquanto amor criança.
Livre na inocência que enlaça,
Aperta, cheira, morde e dá colo.

Élcio

março 14, 2011

Ele & Ela

Postado ali, imóvel. Um ninja!
Atento ao silêncio de seu respirar
Ele fez-se guardião de seu sono,
De seu peito; naquela noite despedaçado.

Tamanho era seu enlevo que implorou
A Cronos que apressasse o tempo
Para que o fim do martírio logo chegasse.

Sonhos...
Sonhos de fazê-la ninar,
Um chamego, Um dengo,
O colo, Sonhos...

E ela com sonhos agitados,
Peito sufocado,
Vontade de chorar
E nada de Cronos
Atender às suas preces.

Tamanha a afinidade
Que dia a dia descobriam
Era de surpreender.

Contudo, não era plena,
Afinal de contas, ele gostava
De pizza e sorvete.

Ela não!

Élcio

março 06, 2011

Eu te espero

Eu te espero enlaçado pela ansiedade
Misto de dor e prazer.

Eu te espero
Como a aurora pelo fim da noite,
Como a bicharada pela
Explosão de vida da primavera;
Como a fonte anseia o mar;
Como a mãe ao rebento;
Como a fruta a ser mordida;
Como correr na enxurrada;
Como devorar Guimarães Rosa;
Como o alívio ante o medo.

Eu te espero!

Élcio