maio 31, 2011

As muitas vidas do amor

Quantas vidas
tem o amor
Se entre tantas
idas e vindas
Brigas tolas brigas
sérias
Ciúmes
infundados (ou não)
Âmagos feridos
orgulhos vãos
orgulhos
à prova
o sofrer
re-compensa
nas pazes
sofrer

Mas
um belo
dia
entre inúmeras
idas e vindas
(tanto desgaste)
não há vinda
e ele morre
Por inteiro
E o que restou

Vazio
Ódio

Quiçá


Élcio

maio 17, 2011

E se eu morrer amanhã?

E se amanha acontecer
De eu morrer de repente
E minha alma anoitecer,
Talvez em um acidente,

Apagando assim, a última fagulha,
Sem deixar um scrap, tão pouco
Um email ou algo que valha.
Serei apenas um Nick mouco

Nas telas dos amigos virtuais.
Até vir a ser, por eles deletado.
Sem lágrimas, dor, nada. Nem ais.

Hoje na estrada, estava eu bem acordado
Quando a morte passou em vendavais!
O flerte (arrepio) e um beijo nada desejado.

maio 07, 2011

Olhos de saudade

Passeava a bailar por suas mãos
Todo um universo em formas,
Volumes e profundidade nos vãos
Angulados a moldar octogramas.

O círculo a competir com o triângulo
E assim, aquela vaidade geométrica
Disputava o toque de seus dedos, ângulo
A ângulo num bailar em que a rítmica

Era constante. Um moto contínuo. Rodaviva
Que osculava a face da atemporaneidade.
Coisas tão racionais assim faziam-na ativa.

Característica herdada de seus ancestrais,
Além é claro, daqueles olhos de saudade
Do leste europeu. Hoje filha de terras tropicais.

Élcio