abril 05, 2011

Dilema

Amo-te anjo. Sagrado e profano. Amo-te viril.
Desejo-te qual criança pelo fruto maduro e tenro
Dos vinhedos espargidos pelos olores de abril;
Tão abundantes no mosteiro de Santo Amaro

Da minha infância. Aprendi, pois, que toda solidão
De uma noite cabe n´alma daquele que apaixonado
(E desatento) perambula sem norte pela vastidão
Dos poemas de um relicário ora virado, ora revirado.

Dou-te meu corpo, e trago-te o sabor do anis no lábio
E nesta paz mergulho em tua alma afim de nela perscrutar
Cada segredo recôndito que julgavas um alfarrábio

Quando em verdade teu segredo maior está a gritar.
Só teu espírito finge-se mouco e deveras dúbio
Entre o racional e o promiscuo: afinal, a que voz acatar?


Élcio

5 comentários:

  1. ...é sempre um prazer,
    doce prazer sem limites,
    ler-te!

    bjuuuuuuuuuuu

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  2. La noche en el alma de aquel que se enamora. Puede que sea así, Élcio. Es un estado nuevo, un estado desconocido que al principio nos impacta pero que luego nos trae una hermosa luz.Creo que es eso lo que quieres transmitir con este bello poema.

    Brisas e beijos.

    Malena

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  3. Das lutas internas, dos medos e dos anseios...

    Muito bonito!

    L.B.

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  4. As palavras nos revelam ou nos escondem...Todas são vestígios...Escute-as sempre...
    Ah, a propósito, minha dissertação está na net sim:
    http://www.bdtd.ufu.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2319
    Confira, depois conta pra essa mineirinha aqui o que achou.Beijos meus...

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  5. Vale sempre a pena, separar um tempo para vir conferir suas atualizações, Elcio. Saio daqui renovada, com sabor de poesia, pulsando, à flor da pele... Bjs meu lindo.

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