maio 21, 2010

Mundo que passa

Quando amanhã essa memória falhar
E o vento minuano não mais soprar
Esperanças, quiçá memórias a farfalhar
Numa última poesia, eu venha assoprar

Ainda que sejam palavras ácidas
De humor duvidoso, a rima suspeita.
Flechas, minhas flechas serão lançadas
A ti cronos que há muito me espreita.

“E mereço esperar mais do que os outros, eu?”
E agora essa lamúria que nos lábios revolve a língua!
Outrora declamaram desde sob janelas ao ateneu!

“Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti".
O celeiro das poesias já se escasseia. Míngua
E breve hei de escrever o último poema (para ti)!

Aspas para: Legado - Drummond

Élcio

5 comentários:

  1. Gosto desta imagem de um entardecer lírico, o celeiro das poesias a enfraquecer e a escrita do último poema a significar a despedida próxima.

    Muito bem escolhido!

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  2. ...enquanto há vida
    há poesia,
    mesmo que em pequenas doses
    porque ao passar do tempo
    as palavras tornam-se mais
    refinadas, maduras e portanto,
    doces.

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  3. Antes que o tempo acabe,
    antes que a inspiração
    se desfaça,
    façamos poemas então!

    Poemas são como plumas
    jogadas ao vento.

    E este tem o poder de
    sobre o universo viajar!
    .

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  4. Inda que o tempo non
    pasa de balde, que non
    nos falten palabras
    para facer lindos poemas
    coma os que tí fas.

    Biquiños

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  5. Tenho cá pra mimque nada é capaz de minguar a poesia. Ela é sempre a sobrevivente e tem o privilégio de associar-se a todos os estados da alma. Prazer receber-te no meu espaço.Alimento a alma quando passo aqui. Grande abraço.

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