Quando amanhã essa memória falhar
E o vento minuano não mais soprar
Esperanças, quiçá memórias a farfalhar
Numa última poesia, eu venha assoprar
Ainda que sejam palavras ácidas
De humor duvidoso, a rima suspeita.
Flechas, minhas flechas serão lançadas
A ti cronos que há muito me espreita.
“E mereço esperar mais do que os outros, eu?”
E agora essa lamúria que nos lábios revolve a língua!
Outrora declamaram desde sob janelas ao ateneu!
“Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti".
O celeiro das poesias já se escasseia. Míngua
E breve hei de escrever o último poema (para ti)!
Aspas para: Legado - Drummond
Élcio
Gosto desta imagem de um entardecer lírico, o celeiro das poesias a enfraquecer e a escrita do último poema a significar a despedida próxima.
ResponderExcluirMuito bem escolhido!
...enquanto há vida
ResponderExcluirhá poesia,
mesmo que em pequenas doses
porque ao passar do tempo
as palavras tornam-se mais
refinadas, maduras e portanto,
doces.
Antes que o tempo acabe,
ResponderExcluirantes que a inspiração
se desfaça,
façamos poemas então!
Poemas são como plumas
jogadas ao vento.
E este tem o poder de
sobre o universo viajar!
.
Inda que o tempo non
ResponderExcluirpasa de balde, que non
nos falten palabras
para facer lindos poemas
coma os que tí fas.
Biquiños
Tenho cá pra mimque nada é capaz de minguar a poesia. Ela é sempre a sobrevivente e tem o privilégio de associar-se a todos os estados da alma. Prazer receber-te no meu espaço.Alimento a alma quando passo aqui. Grande abraço.
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