Noutro dia eu vi a cara da morte.
De sorrisos crispais e mal humorada
Trazia na jugular grande e belo corte,
Além de uma barriga há muito inchada.
Era a carniça de algum pobre coitado.
Sem extrema unção, nem mais um flerte;
A não ser a lua que agora (ensimesmado)
Sua cara fitava sem piscar; quase inerte,
Não fosse o bailar das águas imundas,
Que dissolviam-lhe a carne, entre varejeiras
Excitadas, famintas ... e mudas,
Elas limpar-lhe-iam até os ossos, em fileiras
Paralelas. Pelo fedor sempre seriam guiadas.
No compasso rítmico das ondas: sem carreiras.
Élcio
Excelente texto e como vc flerta com as palavras sempre... Dos temas intensos aos lúgubres, vc arrasa. Sempre!
ResponderExcluirAfff... Élcio,bem feito mesmo,mas terrível.Como disse a Ma:vc arrasa nos temas intensos e lúgubres.Dá pra ver o coitado sendo roído até os ossos.Eu já tinha pavor dessas coisinhas chamadas varejeiras,agora...nem vou poder vê-las.Para melhorar meu astral vou ler seu post anterior... rss... vc é incrível,meu poeta.
ResponderExcluirOutra coisa:meu blog estava com um layout antigo,por isso eu não tinha esse recurso de "acompanhar o blog".Depois de seu comment resolvi tomar coragem e mudar tudo.Agora tenho como vc e outros amigos me seguirem...oba! Pode mandar lenha...hehehe.Agora,se ninguém fizer isso vc me paga!!!
Bjocas meu anjo que põe varejeiras em seus poemas.
Afff... Élcio,bem feito mesmo,mas terrível.Como disse a Ma:vc arrasa nos temas intensos e lúgubres.Dá pra ver o coitado sendo roído até os ossos.Eu já tinha pavor dessas coisinhas chamadas varejeiras,agora...nem vou poder vê-las.Para melhorar meu astral vou ler seu post anterior... rss... vc é incrível,meu poeta.
ResponderExcluirOutra coisa:meu blog estava com um layout antigo,por isso eu não tinha esse recurso de "acompanhar o blog".Depois de seu comment resolvi tomar coragem e mudar tudo.Agora tenho como vc e outros amigos me seguirem...oba! Pode mandar lenha...hehehe.Agora,se ninguém fizer isso vc me paga!!!
Bjocas meu anjo que põe varejeiras em seus poemas.
A morte dá boas poesias....
ResponderExcluirObrigada pela sua visita e seu comentário.
Ótimo final de semana !
Adorei a casa nova!!
ResponderExcluirQuase consegui sentir o odor da sua poesia aqui..
Forte, ríspida e bonita...
bjos
Deh
solemescorpiao.wordpress.com
Não gosto da morte (sim, eu tenho medo dela), ainda que ache que todo mundo devia 'quase-morrer' uma vezinha e passar a ver a vida com outras cores...
ResponderExcluirPoema forte, cheio de imagens...
Lembrei desse aqui, da poeta carioca Maria Rezende, que fala da morte também, um sentimento parecido com o que ela me causa:
MORRER
Morrer podia ser só um pouquinho
Podia ser um passeio
Viagem pela noite que acabasse no café
Morrer como uma aventura
Uma montanha
Andar o deserto a pé depois voltar
Como dançar de olho fechado
Se perder em outro corpo
Como uísque bom, um sono inteiro, um prazer, um cheiro
Morrer podia até ser um castigo
Porta fechada com prazo de fim
Mas não esse buraco, esse abismo
Seu riso pra sempre ausente
Sua música soando em mim
Beijos, Elcio!
É amigo falar sobre a morte não é usual, afinal a maioria tem medo dela. Mas , prefiro falar sobre a morte que acontece a cada instante nos nossos sonhos, projetos, aspirações, sempre morremos um pouco, mas encaro como passaporte para vida!
ResponderExcluirTambém estou no blogspot e você está linkado lá, como tenho tempo ,continuo postando no Blog Uol. E...você arrasa mesmo no lúgubre, como já disseram. Abraços.
Mais uma vez, Kronos... Mas ele não segue além, e nós, creio sinceramente que sim.
ResponderExcluirBom final de semana, Elcio.
bjs.
Uma morte alimentando uma vida. Bem forte, gostei!
ResponderExcluirBeijo.
Alguém já disse que o soneto é a expressão maior da poesia. Lendo este consigo entender porquê.
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