junho 19, 2014

Evanescente

E eles foram assim:
Tornando-se ausente
A cada passo,
A cada dia,
Rumo a um adeus
Cada vez mais previsível
Quanto inexorável.
E então o fim apresentou-se
Com toda pompa e circunstância
E à sua volta instaurou a tristeza
E tudo foi tão triste
Que o todo fez-se errante
A dor clamou por seu lugar
E com a aquiescência do fim
Ergueu suas bandeiras
Com todas as suas cores,
Formas; facetas mil.
E dançou dias seguidos
Que arrastaram-se por semanas
E de semanas a meses...
E dançou, dançou, dançou;
Por longos meses dançou
No palco dos dois corações,
(Outrora tão amantes)
E no último ato sapateou, como se
Envolto fosse pelo som de castanholas.
Ali foi tão vermelha, sedutora e contagiante
Que faria inveja a Carmen.

Por fim o frio vácuo.
A respiração é suspensa e
O tempo até parou.
Parou para ver a dor desfilar.
Dor que deambulou
Suas derradeiras alegorias – uma a uma-
Em uma atemporidade evanescente.
E foi quando tudo, tudo cessou
Não houve mais cor,
Forma nem movimento.

E do silêncio que seguiu-se
Nasceu a lágrima
(Silente e inequívoca)
Que sacramentou
O adeus...e dos lábios
Um sussurro:

- See you later!

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