Na
noite passada, sonhei, sonhei.
Sonhos
bizarros, ou eram reais?
Ainda
não sei precisar!
Sei
apenas que vi muitos poetas caídos,
esparramados
ao chão pelos caminhos.
Caminhos
sombrios, por vezes com raríssima luz,
Ocaso.
Tinham
no olhar, uma melancolia quase tangente e,
Paradoxalmente,
de suas bocas brotavam flores.
Flores
exuberantes que tão logo deixavam de ser botão,
Tão
logo secavam!
Algumas,
nem a botão chegavam para desfalecer e secar.
Sequer
eram aquareladas pelas cores e sem olor tombavam.
Flores
natimortas, poemas vazios!
Pobres
flores, débeis poemas.
O
cantor sobre a pedra dedilhava sua lira. Lira mouca.
Enquanto
seu olhar vagava na imensidão à busca de uma réstia
De
inspiração.
Poetas
abandonados de sí mesmos: sem norte, sem poesia, sem glamour.
Onde
as amantes, as luzes dos cabarés, os cafés: recantos dos artistas
Da
Cidade luz?
As
ruas, outrora habitat desses poetas tem agora apenas o ladrar de cães
Preguiçosos
e nos telhados, os olhares furtivos dos gatos. A coruja piou, bateu asas e
voou.
Sonhos
que pertencem ao passado, paixões que se foram...o ópio...Cronos a tudo consumiu!
De
que adiantaram as poesias inebriantes...para tudo acabar em flores...
Flores
natimortas!