agosto 03, 2020

Evanescente

E eles foram assim:

Tornando-se ausente

A cada passo,

A cada dia,

Rumo a um adeus

Cada vez mais previsível

Quanto inexorável.

 

E então o fim apresentou-se

Com toda pompa e circunstância

E à sua volta instaurou a tristeza

E tudo foi tão triste

Que o todo fez-se errante

A dor clamou por seu lugar

E com a aquiescência do fim

Ergueram-se suas bandeiras

Com todas as suas cores,

Formas; facetas mil.

 

E dançou dias seguidos

Que arrastaram-se por semanas

E de semanas a meses...

E dançou, dançou, dançou;

Por longos meses dançou

No palco dos dois corações,

(Outrora tão amantes)

E no último ato sapateou, como se

Envolto fosse pelo som de castanholas.

Ali foi tão vermelha, sedutora e contagiante

Que faria inveja a Carmen.

 

Por fim o frio vácuo.

A respiração é suspensa e

O tempo até parou.

Parou para ver a dor desfilar.

 

Dor que deambulou

Suas derradeiras alegorias – uma a uma-

Em uma atemporidade evanescente.

E foi quando tudo, tudo cessou!

Não houve mais cor,

Forma nem movimento.

 

E do silêncio que seguiu-se

Nasceu a lágrima

(Silente e inequívoca)

Que sacramentou

O adeus...e dos lábios

Um sussurro:

- See you later!

 

Jaraguá do Sul – 17-19/06/14


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